Diário,
Minha irmã Giselle diz, e eu concordo, que o Brasil é um país tão estúpido, e criou mecanismos tão grotescos em torno da sua própria estupidez, que NADA - inclusive planos malévolos - pode realmente funcionar por aqui! Quando eu falo das abomináveis intenções do Foro de São Paulo ou dos paradigmas malignos da Nova Ordem Mundial, ela faz um olhar filosófico e diz - "não se preocupe; não vão conseguir fazer nada disso aqui".
Como naquele texto cômico a respeito das desventuras dos dois terroristas da Al Qaeda encarregados de bombardear a estátua do Cristo Redentor, que acabaram num hospital do SUS com um ataque severo de diarréia provocado por uma empadinha contaminada, depois de ter sido surrados por traficantes que os confundiram com membros de uma facção rival, a nossa VISCERAL incompetência e grotesca imbecilidade impedem, segundo ela, que qualquer tipo de ação organizada - boa ou má - possa dar certo no Brasil, sil, sil.
Nosso destino não seria, portanto, o "Brave New World", devido à nossa absoluta incapacidade de adotar os métodos necessários para a implantação do pavoroso paradigma: seria, antes, uma espécie de Haiti piorado, no qual analfabetos retardados se auto-destroem numa sequência macabra de manobras de absurda ilogicidade, e onde a preguiça e a burrice competem entre si como "causa mais provável" da esculhambação generalizada - sem que seja possível, evidentemente, se chegar a qualquer conclusão a respeito. NUNCA teríamos a disciplina e a ordem mental indispensáveis para que fosse criada aqui a horrenda distopia huxleyana: e a nossa versão dela consistiria em um bando de imbecis sem moral tentando "administrar", via milhares de macacos mal-adestrados, uma paródia de "sistema" caindo aos pedaços.
Em sendo assim, "frustramos o demo" - e as hostes do maligno só conseguem pífios resultados, diante da nossa brutal incompetência.
Eu quero estender esta análise, caro diário - para dela tirar uma tese: a humanidade está se tornando burra, maciçamente estúpida, e é inevitavelmente levada a navegar, cada vez mais, entre centenas de arapucas idiotas e perigos fundamentados pela palermice. O primeiro sintoma da burrice visceral é a incapacidade de ligar causa e efeito, o que torna nulo o conceito de "consequência". Não é que dentro desta imbecilidade "dois mais dois" não sejam "quatro"; é muito pior que isso: é que a IDÉIA de "dois mais dois" simplesmente deixa de existir! Não só "não dá quatro" como não dá rigorosamente porra nenhuma - nem três, nem cinco, e nem quantidade alguma!
Eu sinceramente creio - e é este o tema desta carta de hoje a você - que Antonio Gramsci exatamente não previu esta consequência, quando montou a sua estratégia de domínio das massas pela via da imoralização, ou DES-moralização das referidas massas. Antonio Gramsci não sacou que, ao se anular a consciência, fecha-se, concomitantemente, o acesso a um atributo que fundamenta a cognição humana! E sem o qual esta cognição, esta "intelectuação", DEIXA DE OCORRER! A imoralização das massas está sendo conseguida, claramente conseguida, como Gramsci queria - mas trouxe, atrelada a ela, como "consequência da causa", a completa imbecilização destas mesmas massas!
É extraordinariamente interessante perceber que o "Brave New World", neste caso, é uma impossibilidade metafísica - pela óbvia razão de que um bando de macacos não pode ser treinado para manter um sistema, mesmo que cada macaco seja "responsável" apenas por um pedacinho minúsculo deste sistema! O domínio conseguido pela via da imoralização, da destruição da consciência humana, é uma falácia: o ser que resulta do processo de imoralização não tem capacidade cognitiva suficiente para que exista este domínio, muito menos para que ele "sirva" a algum fim - em outras palavras, a "humanidade" dominada por esta via simplesmente não será humana, não será "humanidade"! E, sem humanos para mantê-lo, entregue a meros primatas, o "sistema" - qualquer que seja ele - acabará por implodir, por se auto-destruir!
Que estupendamente perfeita CHAVE, que fabuloso Mistério a fechar o círculo de forma absoluta!
Onde entra o Brasil nesta página ainda tão mal-alinhavada? Bem, entra como uma espécie de "demonstração visível" de duas coisas: da correção da análise da minha irmã e da minha consequente tese, que eu julgo bastante precisa, e que pretendo posteriormente organizar de maneira mais adequada e menos precária - como você, querido diário, sabe que considero meu dever, minha alegria e meu destino.
Sua sempre sintética, no puro sentido do termo,
Rainha
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
domingo, 7 de novembro de 2010
Sobre o programa "Painel"
Diário,
Ontem, once more, assisti televisão: creio que o programa sobre a Brigitte Bardot me fez esperar que houvesse, quem sabe, mais alguma coisa interessante no panorama da TV paga (no da TV chamada "aberta"eu tenho certeza de que não há NADA, e só com alguma indicação confiável eu entraria lá. Não sem antes providenciar uma antena adequada, é claro - implemento que não possuo), que não fossem documentários sobre leões, cavalos marinhos, tubarões (um favorito dos produtores, por alguma razão que me escapa inteiramente: há DEZENAS deles, e o tubarão me parece um animal sumamente desinteressante, if there ever was one! Uma água-viva tem muito mais potencial!), ursos polares ou insetos peçonhentos, aos quais já assisti todos.
Fui devidamente recompensada pelo programa "Painel" - no qual William Waack, dois ex-embaixadores e um historiador da Unicamp conversavam sobre o panorama econômico mundial. Confesso que, quando tomei conhecimento da presença do historiador da Unicamp, quase troquei de canal - para sorte minha, os outros 153.432 canais restantes exibiam uma bagaça tão estúpida que voltei, e decidi encarar fosse o que fosse que viesse pela proa.
Entenda bem, querido diário: não é que o programa, a conversa EM SI tenha me trazido alguma "novidade": mas, de certa forma, me forneceu um tema para reflexão - como você sabe, uma Rainha Caolha DEVE, é óbvio, ENTENDER, ou pelo menos TENTAR ENTENDER, como funciona a terra de cegos na qual vive.
Nenhum participante disse bobagem alguma, caro diário: todos os comentários foram pertinentes, sensatos, e corretos. Eu GOSTEI disso! Eu APRECIEI muito! O que eu achei interessantíssimo, e por isto registro aqui em você, foi o fato de que a análise correta dos fatos NÃO provocou uma conclusão igualmente correta! Na verdade, querido diário, a análise correta não provocou conclusão NENHUMA: os doutos participantes, que demonstraram ser perfeitamente capazes de enxergar com límpida clareza a situação mundial atual, não tiraram desta análise correta NENHUMA conclusão. A análise nasceu, viveu e morreu sem gerar XONGAS!
É unânime a opinião de que o que "há de novo" é o surgimento da China como potência econômica mundial - e, como acuradamente percebido, esta China está passando rapidamente de potência econômica para potência política, ou seja: está impondo, paulatinamente, um paradigma que não se resume no "ganhar mais dinheiro", e sim inclui o chamado "soft power", que é um modelo COGNITIVO.
UAU! Ponto para os argutos participantes do programa!
Também foi igualmente muito bem notado que a China se ocupa em compor parcerias comerciais, mercados: e que o Brasil, ora vejam só, está com a habitual cara de tacho vendo esses mercados lhe escaparem por entre os dedos - e, a continuar assim, se verá reduzido a fornecedor de commodities para a China: "cumprindo um papel de celeiro", como muito bem disse um dos presentes, não me lembro agora exatamente qual.
Tudo perfeitamente analisado, em suma: e, caro diário, daí nasce - como você certamente já notou - a minha PERPLEXIDADE! Cada vez mais percebo que o paradigma racional PERMITE A ANÁLISE - mas que é o acesso ao Grande Portal que permite a SÍNTESE, a face que completa a cognição humana, e na verdade a torna "HUMANA"!
De que adianta analisar perfeitamente, se daí não sairá NENHUMA conclusão, mesmo as mais ÓBVIAS?! Os doutos senhores, pelo visto, não conseguem entender que não se trata exatamente da China - e sim de um MODELO, o modelo que imporá uma Nova Ordem sobre toda a humanidade!
Levou-se uma hora inteira a explicar minuciosa e corretamente o que é que está acontecendo: e não sobrou nem mesmo um minuto para que se pensasse POR QUE É que tudo isso está acontecendo, e a que tudo isso LEVARÁ! E diga-se de passagem que levará o mundo INTEIRO!
Sim, caro diário: a China age como age, o Brasil age como age, cada um age como age - e os tais senhores não vão querer me dizer que pensam que é "por acaso"- ou será que vão?!
Levaram uma hora inteira, diário, para mostrar que "DOIS" representam "DOIS", e que o sinal de "mais" representa uma "soma"- e, diante do meu pobre queixo caído, NÃO terminaram o processo, e não falaram do tal do "QUATRO"! Oh, diário! Eu não lhes nego o conhecimento e a cultura, que faço questão de elogiar! Eu apenas quero deixar aqui o registro do meu abissal espanto diante desta súbita "PARADA", desta espantosa "inconclusão"dos senhores doutores frente a uma tão clara evidência: o RESULTADO da equação, cuja simplicidade é extrema!
Sob a égide obrigatória do NOBLESSE OBLIGE, eu lhe afirmo, querido diário: celeiro seremos, mas NÃO "por acaso" - NADA, como os senhores doutores parecem não saber, acontece "por acaso"!
Tal idéia é estúpida, e jamais existiu senão como expressão da estupidez humana: aquela cujo limite se perde, cada vez mais, na distância insondável.
Sua fiel,
Rainha
Ontem, once more, assisti televisão: creio que o programa sobre a Brigitte Bardot me fez esperar que houvesse, quem sabe, mais alguma coisa interessante no panorama da TV paga (no da TV chamada "aberta"eu tenho certeza de que não há NADA, e só com alguma indicação confiável eu entraria lá. Não sem antes providenciar uma antena adequada, é claro - implemento que não possuo), que não fossem documentários sobre leões, cavalos marinhos, tubarões (um favorito dos produtores, por alguma razão que me escapa inteiramente: há DEZENAS deles, e o tubarão me parece um animal sumamente desinteressante, if there ever was one! Uma água-viva tem muito mais potencial!), ursos polares ou insetos peçonhentos, aos quais já assisti todos.
Fui devidamente recompensada pelo programa "Painel" - no qual William Waack, dois ex-embaixadores e um historiador da Unicamp conversavam sobre o panorama econômico mundial. Confesso que, quando tomei conhecimento da presença do historiador da Unicamp, quase troquei de canal - para sorte minha, os outros 153.432 canais restantes exibiam uma bagaça tão estúpida que voltei, e decidi encarar fosse o que fosse que viesse pela proa.
Entenda bem, querido diário: não é que o programa, a conversa EM SI tenha me trazido alguma "novidade": mas, de certa forma, me forneceu um tema para reflexão - como você sabe, uma Rainha Caolha DEVE, é óbvio, ENTENDER, ou pelo menos TENTAR ENTENDER, como funciona a terra de cegos na qual vive.
Nenhum participante disse bobagem alguma, caro diário: todos os comentários foram pertinentes, sensatos, e corretos. Eu GOSTEI disso! Eu APRECIEI muito! O que eu achei interessantíssimo, e por isto registro aqui em você, foi o fato de que a análise correta dos fatos NÃO provocou uma conclusão igualmente correta! Na verdade, querido diário, a análise correta não provocou conclusão NENHUMA: os doutos participantes, que demonstraram ser perfeitamente capazes de enxergar com límpida clareza a situação mundial atual, não tiraram desta análise correta NENHUMA conclusão. A análise nasceu, viveu e morreu sem gerar XONGAS!
É unânime a opinião de que o que "há de novo" é o surgimento da China como potência econômica mundial - e, como acuradamente percebido, esta China está passando rapidamente de potência econômica para potência política, ou seja: está impondo, paulatinamente, um paradigma que não se resume no "ganhar mais dinheiro", e sim inclui o chamado "soft power", que é um modelo COGNITIVO.
UAU! Ponto para os argutos participantes do programa!
Também foi igualmente muito bem notado que a China se ocupa em compor parcerias comerciais, mercados: e que o Brasil, ora vejam só, está com a habitual cara de tacho vendo esses mercados lhe escaparem por entre os dedos - e, a continuar assim, se verá reduzido a fornecedor de commodities para a China: "cumprindo um papel de celeiro", como muito bem disse um dos presentes, não me lembro agora exatamente qual.
Tudo perfeitamente analisado, em suma: e, caro diário, daí nasce - como você certamente já notou - a minha PERPLEXIDADE! Cada vez mais percebo que o paradigma racional PERMITE A ANÁLISE - mas que é o acesso ao Grande Portal que permite a SÍNTESE, a face que completa a cognição humana, e na verdade a torna "HUMANA"!
De que adianta analisar perfeitamente, se daí não sairá NENHUMA conclusão, mesmo as mais ÓBVIAS?! Os doutos senhores, pelo visto, não conseguem entender que não se trata exatamente da China - e sim de um MODELO, o modelo que imporá uma Nova Ordem sobre toda a humanidade!
Levou-se uma hora inteira a explicar minuciosa e corretamente o que é que está acontecendo: e não sobrou nem mesmo um minuto para que se pensasse POR QUE É que tudo isso está acontecendo, e a que tudo isso LEVARÁ! E diga-se de passagem que levará o mundo INTEIRO!
Sim, caro diário: a China age como age, o Brasil age como age, cada um age como age - e os tais senhores não vão querer me dizer que pensam que é "por acaso"- ou será que vão?!
Levaram uma hora inteira, diário, para mostrar que "DOIS" representam "DOIS", e que o sinal de "mais" representa uma "soma"- e, diante do meu pobre queixo caído, NÃO terminaram o processo, e não falaram do tal do "QUATRO"! Oh, diário! Eu não lhes nego o conhecimento e a cultura, que faço questão de elogiar! Eu apenas quero deixar aqui o registro do meu abissal espanto diante desta súbita "PARADA", desta espantosa "inconclusão"dos senhores doutores frente a uma tão clara evidência: o RESULTADO da equação, cuja simplicidade é extrema!
Sob a égide obrigatória do NOBLESSE OBLIGE, eu lhe afirmo, querido diário: celeiro seremos, mas NÃO "por acaso" - NADA, como os senhores doutores parecem não saber, acontece "por acaso"!
Tal idéia é estúpida, e jamais existiu senão como expressão da estupidez humana: aquela cujo limite se perde, cada vez mais, na distância insondável.
Sua fiel,
Rainha
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