Querido diário,
A horrenda praga do “politicamente correto” tenta há décadas – com sucesso – inverter a realidade e transformar todo tipo de canalha, bandido e monstro em “vítima do sistema perverso”, a.k.a. “a sociedade malvada”. Ao transferir a evidente culpa dos canalhas, bandidos e monstros para uma abstração como “a sociedade malvada”, o que os imbecis e malévolos do politicamente correto conseguiram foi a escalada brutal da imoralidade e da violência, da impunidade e da injustiça: é este o panorama tétrico com o qual todos nós convivemos atualmente no Brasil.
O criminoso tornou-se a vítima e a vítima tornou-se o criminoso – este paradigma sinistro não poderia ter resultado senão na presente falência moral – não só do Brasil mas do mundo inteiro. Todo cidadão de bem sabe disto: nós, os que resistimos à invasão desta malévola estupidez chamada “politicamente correto” e ao “coitadismo”aplicado aos marginais, por mais hediondos que sejam, sabemos.
Quero falar agora, diário, sobre uma segunda conseqüência, mais sutil e igualmente perversa, que também resulta da mesma inversão imoral: nesta confusão, em que se misturam culpados e vítimas, acabaram sendo abolidos e anulados conceitos que na verdade teriam que ter sido mantidos, porque são verdadeiros e corretos. Na reação, extremamente necessária e justa, à transformação de culpados em vítimas, está indo de cambulhada uma categoria de pessoas que é extremamente real: o doente mental grave. Aquele que não é nem culpado e nem vítima – e que, por não caber nem no horrendo modelo do politicamente correto e nem no modelo dos que reagem ao politicamente correto - me parece que foi exilado para uma espécie de invisibilidade. O doente mental grave teve a sua existência “anulada”. E isto é muito útil para os “dirigentes”.
A doença mental grave, além de obviamente existir, é algo dilacerante, tanto para seu portador quanto para os que o cercam. Os “politicamente corretos” lhes negam um tratamento decente, por categorizar uma eventual internação, obrigatória em certos casos e em determinadas circunstâncias, de “cruel”: numa atitude típica! Aproveitando o pretexto de que os hospitais nos quais este tratamento era oferecido estavam caindo aos pedaços - como tudo o que se refere a “saúde pública” está, na Banânia da corja - a referida caterva, ao invés de recuperar esses hospitais e torná-los aptos a oferecer um tratamento adequado, decidiu simplesmente acabar com eles, sob o pretexto de que “eram muito ruins”.
Num “passe de mágica” de máxima irresponsabilidade, a caterva “resolveu o problema” dos manicômios sucateados e precários: abracadabra, não existem mais esses lugares caindo aos pedaços, imundos e sem condições, nos quais os pacientes mentais graves eram internados! Os “coitadinhos”estão livres!
Acabaram com os hospitais e com os leitos – e não botaram nada no lugar. Resolveu-se a questão jogando os doentes mentais graves no meio da rua, com um tapinha nas costas e um aviso implícito a eles e a suas famílias: “Virem-se”. E os politicamente corretos saíram aos pulinhos, se congratulando entre si por ter resolvido tão facilmente o problema.
Obedecendo ao modelo sutilmente imposto pelos “dirigentes”.
Se alguém ler o PNDH-3, verá o quanto esta calamidade se estenderá ainda mais.
Quem ler verá, por trás da irresponsabilidade politicamente correta, a AÇÃO POLÍTICA da corja esquerdista, endossada e executada pelos imbecis do “politicamente correto”.
A terrível catástrofe do massacre em Realengo mostra o horror da situação: diante de tamanha tragédia, praticamente ninguém se lembrou de acusar os irresponsáveis e os canalhas da corja e de mostrar a toda a população, com a retidão e a severidade necessárias, que ali estava uma conseqüência direta da ação dos malévolos que liquidaram com a possibilidade tanto do tratamento adequado quanto do eventualmente necessário isolamento do doente mental grave – sobretudo do pobre, é claro: do que depende do SUS. Para pelo menos tentar evitar, através desta acusação legítima, que outros venham a ser, como este foi, agentes de tragédias que brutalizam a sociedade indefesa – e brutalizam igualmente eles mesmos, indefesos diante da patologia que os assola.
O paciente mental grave é óbvia presa de toda a violência que nos circunda, e diante da qual ele é como uma folha na ventania. No vazio de arbítrio que a doença provoca, outros fatores e/ou pessoas entram para impor ao doente mental grave a escolha da qual ele é incapaz: e, direta ou indiretamente, de perto ou de longe, o transformam em agente do mal e do terror.
Muito conveniente para os que dirigem esse tipo de cooptação, não é mesmo, diário?
E, depois da tragédia acontecida, percebi que as pessoas se dividiram em dois grupos, conforme pensassem que o doente mental grave era pessoalmente vítima ou culpado – quando ele não foi nem uma coisa e nem outra, em termos pessoais: foi um doente mental grave, e como tal deveria ter sido visto, deveria ter sido tratado, e deveria ter sido isolado quando necessário.
Não foram feitos nem este tratamento e nem muito menos este isolamento: que, pelo menos, não se anule a verdadeira condição à qual foi relegado o doente mental grave, importante sobretudo quando ele, além de doente, é pobre.
Que ele seja percebido como quem realmente é, e que outros além de mim reflitam sobre a sua atual e terrível condição: que não se resolve pela negação da existência real da doença mental grave e do horror que ela encerra em si – isto apenas mantém na invisibilidade algo que nos ameaça a todos, e favorece aos que cooptam essas criaturas seriamente doentes para transformá-las em agentes do mal.
POR QUE você acha que faz parte da carta de intenções da corja esquerdista – carta conhecida por “PNDH-3” , como você sabe - a extinção do tratamento adequado para esses doentes mentais graves, e o fim dos leitos reservados a eles na rede pública de saúde?
Eis aí, meu querido diário, o X DO PROBLEMA!
Sua indignada, e sempre atenta às manipulações maquiavélicas da corja,
Rainha
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